As primeiras penetrações, em terras do atual Município de Lavras da Mangabeira, se verificaram quando exploradores do Salgado, subindo o rio, alcançaram a cachoeira dos Cariris (nome dos índios que habitavam a região, no último quartel do século XVII). Há notícias de que ainda naquele século se tenham verificado entradas de mineradores procedentes de Pernambuco, Bahia e Paraíba que se fixaram passando a constituir o primeiro núcleo populacional de civilizados.
O certo é que em 1712 o governador de Pernambuco se interessou junto aos administradores do Ceará, no sentido de que fosse iniciada a mineração no vale do Cariri. Decorreram quarenta anos até que o capitão-mor Luís Quaresma Dourado seguisse em busca da Missão Velha. A esse tempo, chegou de Pernambuco o sargento-mor Jerônimo Mendes da Paz com o encargo de cobrar o quinto e estabelecer a paz nas cercanias da mineração.
A notícia da caça ao ouro correu pela região e aos poucos milhares de homens e mulheres afluíram ao local. Houve quem se pusesse a indagar sobre supostas minas e outros pontos e não tardou a informação de que ?na Mangabeira há ouro pra peste?. Numerosos ourives (garimpeiros) e mineradores vieram fixar residência no novo arraial, que se levantava com cesário de tapume. Tudo corria animadoramente quando em 1758, chegou a Icó a notícia de ter sido suspensa a exploração nas minas de Cariri.
A corte de Lisboa reclamava pesados impostos. Não sendo atendida, voltou-se contra o comércio do ouro. A fim de proverem suas subsistências, os mineradores foram deslocados para os labores da agricultura e da pecuária. A esse tempo, no local da atual matriz de Lavras da Mangabeira, foi encontrada, sob frondoso juazeiro, a imagem de São Vicente Férrer, fato considerado miraculoso.
Foi construída a capela e, em torno dela, várias famílias fixaram residência. Assim, se extinguiu a povoação de Mangabeira, de que hoje há apenas vestígios, e surgiu a povoação de São Vicente Férrer de Lavras de Mangabeira.
Desconhecem-se as datas precisas em que ocorreram esses fatos. É sabido, porém, que já em 1782, o padre Joaquim de Figueiredo Arnaud era o capelão do povoado de São Vicente.
Origem do Topônimo: Surgiu da própria mineração: ?lavras? e do local onde se realizou o trabalho: ?Mangabeira?.
Gentílico: lavrense ou lavraense
As terras localizadas às margens do Jaguaribe-Mirim ou rio Salgado, eram habitadas pelos índios de diversa etnias tais como os Kariri, os Guariús.[6][7]
Com a definitiva ocupação do território de Ceará no século XVII, na região dos Cariris, chegaram diversas entradas. Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram as tribos, catequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões.
Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias que na região das Minas de São José dos Cariris Novos (atual município de Missão Velha), tinha ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma verdadeira corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar o minério, que as levariam a aumentar o seu patrimônio material, além de aumentar o seu prestigio pessoal com a corte portuguesa.
A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias, o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas.
A febre do ouro durou até a segunda metade do século XVII. Várias prospecções se realizaram, porém em vão, uma vez que a extração de referido minério se tornou onerosa às Cortes de Lisboa, que determinaram a sua suspensão, em 1758.
Essas aventuras auríferas que se fizeram, entre outros, nos sítios Fortuna, Oiteiro, Barreiros e Morros Dourados e, especialmente, no lugar denominado Boqueirão de Lavras; a criação da capela de São Vicente Férrer, foram as bases que deram início ao centro urbano que hoje chama-se Lavras da Mangabeira.
Com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité até a cidade do Crato, em 1917, no município de Lavras da Mangabeira, foram inauguradas três estações de trem (Arrojado, antigo Paino); na cidade de Lavras; e em Iborepi (antigo Riacho Fundo).[8][9][10] Esta malha ferroviária representou o impulso para a economia local, principalmente porque a partir da estação de Paino ou Arrojado, o Ceará ficou ligado à Paraíba via o Ramal da Paraíba.[11]
Famílias que vieram a Lavras da Mangabeira em busca do ouro, estabeleceram-se de modo a constituir essa cidade e consolidar sua própria história. Buscando conservar seu sangue, herança genética e seus sobrenomes, mantiveram uniões entre certas famílias e podem ser observados como verdadeiros clãs, que ainda hoje conservam esses padrões e moram ou mantém fortíssimas ligações com a cidade e entre sua família.
Os principais eventos culturais são: a festa do padroeiro, São Vicente Ferrer (5 de abril e a SEACE(Semana de Arte Cultura e Esportes) comemorada todo ano na semana de aniversário da cidade. (20 de Agosto) Vale destacar também as festas dos padroeiros dos distritos, como São José em Amanuituba e são Francisco copadroeiro, São Sebastião em Mangabeira, Nossa Senhora do Rosário em Quitaius, Coração de Jesus em Arrojado que também comemora o São Pedro, e Nossa Senhora das Candeias em Iborepi. Alguns nomes da música em Lavras da Mangabeira animam os finais de semanas, como Viquinho e seus teclados, Rosivan, Nailton, Ciço Lifrat, Juscelino, Ivo Teles & Darly, Luis Seresteiro, Forrozão Gata Moral . Poetas como Zé Teles, Manoel de Mundoca, Mundoquinha, Zael de Besouro, Valdir Teles, enriquecem a cultura lavrense.
A administração municipal localiza-se na sede, Lavras de Mangabeira. O atual prefeito da cidade é Ildsser Alencar Lopes.[6] 12345
Gestores
Entre os anos 1989 e 1992, foi eleito Prefeito o dentista Edmilson Gonçalves da Silva (Edmilson).
Já em 1992, Carlos Francisco Gonçalves (Carlos de Olavo) logrou êxito e alcançou o Governo Municipal.
Nas Eleições de 1996, Francisco Aristides Ferreira (Chico Aristides) chegou ao Poder Executivo local pelo então PPB, após ter sido eleito com 57,06%[19] dos votos, 9.193[20], permanecendo até 2004, após ter sido reeleito[21] pelo então PSD no ano 2000. Em 2004, Edenilda Lopes de Oliveira Sousa (Dena) PMDB assume o Paço Municipal, após ter sido eleita com 58,15%[22] (9777) dos votos válidos e reeleita (Eleições 2008) com 53,94%[23] (9392). Em 2012, o médico Gustavo Augusto Lima Bisneto PRB , chamado popularmente de Dr. Tavinho, foi eleito para o quadriênio 2013-2016 obtendo a fatia correspondente a 56,13%[24] (9825) dos votos válidos. Entre os períodos de 2016 a 2020, o prefeito de Lavras da Mangabeira foi o emedebista Ildsser Alencar Lopes. Atualmente, o prefeito de Lavras da Mangabeira é Ronaldo Pedrosa Lima, mais conhecido como Ronaldo da Madeireira (PSD).
O turismo também movimenta a cidade devido as suas belezas naturais, com destaque especial ao Boqueirão e a sua gruta, que além de ser um local de imensa beleza, é um objeto de estudo que recebe estudiosos e diversas escolas do interior do estado, para conhecer sua impressionante formação geográfica e histórica, sendo um alvo de lendas que compõe a história da cidade.
Hino Municipal
Lavras do amor dos teus filhos
Vives de bençãos coberta,
E esse teu sol de áureos brilhos
Para a glória nos alerta.
Teu passado de lutas e penas
É penhor de inconteste grandeza
Afagamos-te no íntimo, acenas
Para o eterno, em mil sonhos acesa.
De ti sempre queremos ser dignos
Para em festa cantar-te louvores
Não te abalem jamais os malignos
Turbilhões de maus tempos e horrores.
Se teu Rio Salgado nos banha
És a fonte que sempre sacia
Teu encanto tem a força tamanha
Que nos dá, para alçar-te energia.
Impedir o teu nobre destino
Força vil e cruel nunca possa
Do Ceará sê clarão matutino
E que nunca esqueçamos que és nossa.
Cornucópia dourada de seres,
Os teus dons nos formaram o ser
Com ardor, com que o peito nos feres
Prometemos florir teu viver.
Molítico grito propagas
Pela boca do teu boqueirão
É o Amor o que pregam as fragas
O que pregam a toda nação.
Brasão
Bandeira